quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Durante - Mais 3 dias - Molhados, frios mas felizes!

Quero começar, antes que me esqueça, registrando o 4º dia em que andamos 7 horas e 40 minutos de chuvas intermitentes. Já estávamos até acostumando quando de repente, o sol! Inacreditavelmente ele apareceu do nada. Agente até vinha conversando sobre o quanto estávamos nos acostumando com o tempo chuvoso e as roupas umidas, hehehehe, se isso lá é possível!

O 5º dia também começou chuvoso! Depois o sol veio e está nos acompanhando até o momento.

Os nomes de cidades continuam nos divertindo, como "Piquillim", entre outra centena que não vale ser mencionada aqui! Nada a ver, isso é coisa nossa, coisa de quem não tem o que conversar, hehehe! Ah, mais uma só, "Ingeniero Gustavo André", sem comentários!

Ontem, saímos de Santa Fé, uma cidade bem mais legal do que eu esperava e seguimos rumo à Mina Clavero, bem depois de Cordoba.

Olhem, tem dois viajantes amigos meus que eu realmente ouço, por que são daqueles que eu gosto, só falam quando perguntados ou melhor, espremidos. Um deles é o Gambá, que nos indicou passar por Carlos Paz e por Mina Clavero e o outro é o Willian Neves, que nos falou de uma polícia "chata", pra ser educado, em San Francisco, logo após Santa Fé.

Saímos de Santa Fé preocupados com esta polícia mas como chovia, nem vi policiais. Quanto a Mina Clavero, nossa, valeu demais a pena. Lindíssimo lugar, serra maravilhosa também.

Tem ai algumas fotos da serra, em um dos poucos momentos em que conseguimos parar e tirar as luvas (estavam 8ºC ali):






E Mina Clavero, show de bola! Valeu Gambá!!!!! Os vinhos Argentinos deliciosos e os Chilenos, já começaram ali.....




Hoje, bom, hoje foi só ligação entre Mina Clavero e Mendoza. Muita reta, muita estepe, muito carneiro, muito sono... A Chris não deixou eu cantar Shakira pra ela, mas mesmo assim chegamos sem dormir em cima da moto.

No caminho chegamos a parar para comer umas barrinhas e tiramos uma foto no meio da rodovia, poderíamos inclusive ter ficado no meio dela por uns 30 minutos. Agora, acabamos de chegar do Carrefour, acreditem, aqui do lado do Hotel que estamos, compramos uma garrafa de vinho que no Brasil é chik, por uns 20 Pesos, ou o equivalente a uns 10 reais, hehehe, sem maldade, e estamos aqui tomando ele.......





Quero falar só mais uma coisa hoje: o que mais vale nesta estrada são as pessoas que conhecemos na viagem. Hoje um grupo de senhores e senhoras de Buenos Aires nos encontrou em um posto na estrada e ficamos conversando um tempão, agora também, aqui no Hotel, um grupo de Brasileiros que tiveram problemas em seu carro ficaram papeando conosco um tempo.... Muito bom isso!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Durante - Os 3 primeiros dias

No Sábado, dia 22, tão esperado dia 22, estávamos logo cedo na garagem da minha casa, eu e a Chris, com tudo já pronto haviam uns 2 dias.

Saímos umas 9 da manhã de Rio Preto, com destino à Maringá. Tudo correu na maior normalidade e, chegando em Maringá ficamos hospedados no Ibis. O nosso amigo, Emerson, fez questão de nos levar em sua casa para comermos uma pizza e brincar de "angry birds" com o Dudu, seu filho. Família nota 10.





Poli, olha os tanquinhos ali!!!!!!

No segundo dia, saímos de Maringá com destino à cidade de São Miguel do Oeste, SC.

Preciso mencionar que esse inicio de viagem era pra ser assim mesmo, tranquilo e até meio sem paisagens, passeios e tal. Ano passado cometemos um erro. Fizemos a volta igual a ida e foi massacrante retornar pelo mesmo caminho.

Nesta decidimos fazer com que os dias iniciais, dias de maior ansiedade e preocupação, fossem os mais "chatos" por dizer assim. Maior quantidade de estradas sem paisagens, apesar de o nosso primeiro dia em Maringá ter sido campeão. Bom, enfim, acho que está dando certo.

Estamos tirando poucas fotos por causa disso, não nos culpem! Quem tem saco de parar no "nada" e tirar foto de 'coisa alguma"?

Mas tiramos uma, ou melhor, umas, em homenagem à um amigo, o Guga, que fez uma viagem seguindo um caminho histórico, o Caminho de Peabiru, Guga, essas são pra você, que moral hein?




Bom, já neste terceiro dia, o que posso dizer é que saímos no horário previsto de São Miguel do Oeste, alias, Hotel sensacional que ficamos lá, Hotel Solaris, e pegamos a estrada.

Nosso plano era chegar em Uruguaiana, mas... no meio do caminho, por volta das 13 horas, começou uma chuvinha, no inicio bem light, super bem vinda, já que vínhamos desde ontem andando sob um solão e uma temperatura de 35 a 38ºC.

Mas a chuva, alem de vir, ficou, e ficou, e ficou de verdade, muito mesmo, sem tempestade, mas aquela chuva que molha de verdade, sem parar, até que, ao chegar num posto, na cidade de São Borja, conversamos com um caminhoneiro que nos falou que a cidade tinha bons hotéis, e que a passagem para a Argentina por ali, São Borja - Santo Tomé, era mais tranquila para os caminhoneiros. Sendo assim, e como sei que o que passam eles passamos nós, decidimos ficar por aqui.

Estamos em São Borja, num Hotel 1/3 de estrela no centro da cidade, mas com um bom atendimento, caminha legal, banho bom e um prego devidamente instalado na parede para estendermos nosso varal, hehehe!





É isso ai, roupas molhadas por todo lado, varal repleto e ar ligado no power plus pra secar tudo.

Agora estamos no restaurante do Hotel 1/3 e vamos comer uma "chuleta" aqui com arroz e feijão e tudo o mais que der pra colocar pra dentro.

Mais uma coisinha só: eu e a Chris temos o terrível costume de ficar sacaneando com os nomes das cidades pelo caminho, hoje foi o dia mais produtivo nesse sentido.

Passamos, além de "Maravilha", por um rio chamado "Chinelo Queimado", cidade de Ijuí e a vizinha "Entre Ijuís", "Atafona", "Esquina Gaucha" (essa nós vimos em Santa Catarina), "Chorão", entre outros.....

Coisa de gente tonta, que tá de férias e não pensa direito no que está pensando, hehehe!!!!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Filosofia e Conjecturas

Quero registrar aqui alguns pensamentos que eu acho pertinentes à esse e aos outros blogs que mantemos sobre as viagens.

São algumas ideias e comentários que penso serem importantes como esclarecimentos sobre o carater e personalidade dos nossos relatos.

Em 1º lugar, preciso esclarecer que os relatos que fazemos são, antes de qualquer coisa, um histórico para uso nosso mesmo, para mostrar aos nossos amigos, parentes e à todos os que se interessam por isso, sem querer de forma alguma mostrar algo, ou tentar se sobressair sobre alguém. Nosso objetivo é exclusivamente ter uma lembrança de tudo o que fazemos.

Quanto mais o tempo passa, posso afirmar com mais segurança que nós não somos nada! Somos ninguém! Somos tão importante quanto qualquer pessoa que conhecemos! Quero acreditar que esse pensamento é o principal em nossas ações.

Nesta semana, uma semana muito importante para o motociclismo brasileiro, semana do Salão das 2 Rodas, estamos trabalhando lá, e vendo muita coisa que nos ensina tudo isso que falei antes. Empresas baseadas na prepotência, na mediocridade e no interesse descarado exclusivo no dinheiro. A motocicleta e o motociclista levados muitas vezes para segundo plano, muitas vezes perdem a oportunidade de enxergar que o "cliente", seja o padrão que tiver, a experiência que tiver, é um motociclista em primeiro lugar. Que humildemente está ali para curtir, para ver novidades, conversar sobre o que mais gosta, mostrar aos seus filhos, familiares, o que existe nessa afinidade, o que move todo esse mercado.
Tenho visto ali tanta estupidez, tanta mesquinharia, tanto trabalho inútil, focado somente no ganho, nada na amizade.

Pela primeira vez me pego trabalhando para um cliente que não é e nem será meu AMIGO.
Todos até então o eram! Olhem, pra mim isso é bastante estranho.

Em contra partida, vejo e atendo motociclistas de várias idades e experiências. Aprendi com o tempo sobre a moto, que não devemos subestimar um motociclista! Nem quanto à sua moto, que é uma retardês, e nem quanto ao que ele tem como "currículo".

Nesses dias tive o prazer de conhecer gente de todos os tipos, viajantes com históricos invejáveis, porém extremamente humildes. Gente que só quem puxa um papo sem segundas intenções pode conhecer.

Vejo também aqueles que se vêem totalmente diferentes do que demonstram ou o que realmente são. Que fizeram ou vão fazer uma viagem e por esse motivo são ou serão algo que pouco importa. Vejo os que com muito esforço fizeram sua primeira grande viagem, e o orgulho que provêem desse feito os fazem sentir e expressar de forma exemplar o real motivo de andarmos de moto.

Tenho alguns ídolos no motociclismo. Você provavelmente não os conhece, vou dizer por que, por que se tornaram meus ídolos, após muito esforço meu em convencê-los a me contar suas conquistas.
Posso dar como exemplo um amigo de Camburiu, o Juan. Este já andou a América do Sul toda, entre outros locais e olhem, nunca divulgou, não precisa, ele é quem ele é e não o que acha que os outros vêem nele. Isso pra mim é o significado do agir, do fazer. Posso citar outros viu, vários. Gente que não aparece, que não se divulga ou se perfaz.

Vou dizer uma coisa: cuidado com o que vai contar sobre seus feitos. Cuidado no sentido de talvez correr o risco de estar sendo ouvido por uma pessoa que já fez muitas vezes o que você está se vangloriando.

Chego sempre a conclusão, pensando assim, que sou nada! Que sou um bebê perto de todos que tenho a oportunidade de conhecer, isso sim é uma benção, ter essas oportunidades e conseguir percebê-las.

Sim, isso mesmo, isso é um desabafo! Cansei dessa necessidade idiota de se sobressair. Acho que tenho certa dificuldade e talvez até um certo preconceito com as vaidades desnecessárias, pelo menos quero pensar que eu seja assim, hehehe, até duvido de mim mesmo!

Meus melhores exemplos são próximos. A Chris é um deles. Uma mulher simples, relativamente pequena, aparentemente fraca, humilde, simples em tudo mesmo, consegue administrar uma vida, uma ou as vezes duas empresas, como se fosse um grande empresário, desses que aparecem na revista "Veja"!
Minha mãe, mulher que até anos atrás foi dona de casa, um dos trabalhos mais exigentes do mundo, e agora, acima dos 7.0, toca uma indústria, faz parte de uma etapa de fabricação das mais exigentes de uma empresa, que é o controle de qualidade.

Ontem, conheci um senhor, deve estar perto dos seus 70 também, de Araras, infelizmente não me recordo do seu nome, me contava que estava comprando um certo equipamento para sua esposa, parceira de viagens, que sentia muito frio quando estavam viajando. Lógico que puxei o papo o máximo que consegui. Pois bem, o cidadão viajou praticamente a América toda, antes numa Falcon e agora numa XRE 300. Conversamos horas, um papo bom, simples, sem querer se mostrar ou contar que fez ou deixou de fazer, somente papeando, somente trocando experiências, trocando não, me contando e eu absorvendo.

Bom, eu tinha que escrever isso tudo. Penso agora mesmo em meus filhos lendo isso um dia. Quero acreditar que de alguma forma vou conseguir mostrar à eles que nós somos iguais, todos nós que aqui estamos, vivendo essa vida. Que todos temos experiências à expor, que temos algo para transmitir um ao outro, seja uma experiência de viagem, seja uma receita de bolo, seja um gesto de amizade ou de carinho com qualquer outro ser humano que aqui esteja, participando e fazendo parte desse pequeno momento da vida em que estamos tendo a oportunidade de viver.