quarta-feira, 14 de março de 2012

Dois em Duas no Chile - Fim da Viagem

Parte I: Comentários e Considerações

Este "relato" da viagem será colocado apenas em um post por que uma parte depende da outra. Peço que me desculpem pelo tamanho ok? Tenho certeza que estamos sendo justos em nossas explicações e conseguindo nomear e agradecer à todos que nos ajudaram.

Então vamos lá:

Fiz um relato sobre essa viagem de forma diferente. Querendo ser um escritor ou algo parecido, relatei a viagem em um texto com capítulos e textos mais cheios de poesia e pensamentos. Não vou publicá-lo!

Vou me dar o direito de fazer somente alguns comentários sobre a viagem, ou sobre as viagens daqui para frente, ao invés de publicar esse relato completo que fiz.

Leio sobre viagens e viajantes, conquistadores e suas conquistas, além de outros livros que compro por impulso e vejo que são apenas diários sem história alguma, somente fatos de aventuras que, a cada pessoa, soam de forma diferente.

Tenho me sentido tão ínfimo perto de alguns relatos, livros e documentos que tenho lido. Tão simples perto de pessoas que tem tanta história, tanto mais para contar, que quero me dar o direito de conquistar mais, de ter mais o que contar para gastar os olhos de quem acessa esse nosso blog. Tenho certeza que este pensamento compartilho também com a Chris e sei que a pessoa que procura o blog vai compreender.

Diferente de outras viagens que fizemos, nesta, pelos acontecimentos, ficaram escurecidos os fatos que, para nós, eu e a Christiane, foram os mais importantes. Os momentos juntos, as alegrias em ver os lugares que planejamos visitar, os passeios, estradas, cidades que passamos e queríamos estar lá. Tudo para quem procura nosso site ficou em segundo plano já que tivemos um problema.

Tenho uma teoria que quero partilhar com vocês, vejam se estou certo: o cidadão vai a uma corrida de carros para ver o acidente e não para ver a vitória de um piloto; ele vai a uma competição de qualquer modalidade, ou a uma apresentação, para ver a desgraça ou então a desonra de quem está competindo ou se apresentando.

Digo isso por perceber o ser humano nessas situações e, senão, como você me explica a quantidade de acessos que temos no blog com um relato de viagem, mesmo que seja uma conquista, como foi nossa viagem à Ushuaia, quando a Chris foi de Falcon, nós dois, mas ela sozinha em sua motocicleta. O relato dessa viagem gerou em um ano a mesma quantidade de acessos que o relato do problema em sua moto nesta viagem, gerou em um ou dois dias.

Senti-me um pouco estúpido por despender tempo escaneando dados, colocando fotos e dicas de passeios ou hospedagem. Depois pensei e percebi que o que colocamos no site nos relatos, tem aos montes na internet. Na maioria das vezes, muito melhor elaborados que os nossos.

Isso é apenas uma constatação.

O cara vai a tourada para ver o touro ou o toureiro morrer, senão não valeu a pena!

Bom, dito isso, quero dizer que fizemos a viagem que queríamos, com muitas paisagens inesquecíveis. Passamos momentos de pura satisfação e felicidade juntos e passeando de moto, nosso prazer, seja em uma ou duas, juntos!

Mesmo após o ocorrido com a moto da Chris (o que relatarei a seguir), fizemos o restante da viagem em uma só moto, seguindo o planejamento inicial e descobrimos lugares que queríamos, paisagens que vimos em nossas pesquisas e tudo correu da melhor maneira que foi possível.

A todos que querem fazer esse passeio, recomendo e com o maior prazer passo tudo o que sabemos sobre os lugares a quem se interessar.

A Argentina e o Chile, para mim são países que tem alguma coisa especial. Não sei explicar se é o povo acolhedor, se são as cidades, a Cordilheira, a história, não sei explicar. Sei que adoro viajar pelos dois países.

Tenho um pouco de medo de viajar neste momento no Brasil por causa da precariedade das rodovias e os valores de hospedagem, combustível e etc, mas tenho certeza que ainda o farei de forma mais ampla. Somos patriotas e amamos o Brasil, mas, o mesmo carinho temos pela America do Sul e sua história.

Cansei de ler os tais relatos e livros de viagens que mencionei, mostrando as dificuldades ou o passar de dias sobre a moto, sem ao menos saber por onde estava o contador, passando naquele momento. Sem saber qual a importância daquele local para a história do país.

A história da Argentina, Chile e de toda a América do Sul se confunde, desde os descobrimentos até a atualidade. Guerras, conquistas, povoados que se transformaram em mega cidades, tudo muito interessante e é esse tipo de viagem que gostamos de fazer.

Bom, é isso! Vou agora relatar o que ocorreu e finalmente dar “fim” a nossa viagem, que para nós só terminou agora com a chegada da moto ao Brasil.



Parte II: O problema com a moto da Chris

Aconteceu no dia 2 de novembro, quando passávamos Antofagasta, já uns 90 quilômetros.
A Chris me perguntou no comunicador se eu estava sentindo a minha moto perder potência, por que sentia a sua fraca. Falei que não e, olhando no retrovisor percebi um caminhoneiro que vinha dando sinal de luz para ela. Perguntei se ela sabia o porquê e ela me disse que não, mas que ia passar na minha frente para que eu pudesse ver.

 
Quando ela passou percebi que havia chamas na roda traseira da moto dela. Imediatamente pedi para que ela parasse e, não sei explicar como, mas conseguimos descer das motos, desligá-las e apagar o fogo numa velocidade incrível. Tive medo que fosse no tanque de combustível que fica abaixo do banco nesta moto. Foi o que veio a minha cabeça na hora.

Feito isso, parados e com o fogo extinto, após esfriar tudo, tentei sem sucesso desprender a pinça de freio do disco, que haviam sido consumidos pelo aquecimento. O que havia pegado fogo foram partes plásticas que estão ao lado da pinça de freio (para-lamas e sensor do abs).

Uma observação quanto ao fato é que na internet, após nossa chegada, todo o tipo de comentários “sábios” foram feitos e em mais de uma vez, o mais lógico de quem não lê, apenas julga, foi de que a Chris descansou o pé sobre o pedal de freio. Uma pessoa com mais de 100 mil km de estradas em moto descansou o pé no pedal de freio... Deste para os mais absurdos, sem comentários!

Bom, continuando, como não havia sinal de celular no lugar e assim não tínhamos como pedir ajuda, nem ao menos movimentar a moto que estava travada, me coloquei a tentar descolar o sistema de freio. Inicialmente tentei retirar a roda traseira por que assim poderia tirar a pinça e o disco e instalar a roda novamente para voltarmos a Antofagasta. Isso não foi possível. O eixo saia somente até a metade, e imaginando o estado dos rolamentos e retentores, resolvi abortar a ideia.

Tentei então tirar o óleo de freio do sistema e só assim, forçando com uma espátula de tirar pneu entre a pinça e o disco, consegui descolar o sistema e deixar a pastilha bem longe do disco. Dessa forma poderíamos retornar à cidade que era a última num raio de muitos quilômetros onde tínhamos serviço de uma autorizada BMW.

Fizemos isso e chegando a agência relacionada no site da BMW do Chile, a Automotriz Miranda, o que ocorreu foi que, a priori, nas palavras do cidadão que nos atendeu, a motocicleta não tinha cobertura da garantia no Chile, coisa que o manual dizia contrário e, pior, eles não sabiam se teriam as peças para reposição naquele momento.

Eram já umas 17 horas quando chegamos e, como o atendente da agência nos pareceu interessado em resolver o problema (mesmo dizendo essa primeira idiotice), quando chegou umas 18 horas fomos atrás de um Hotel para passarmos a noite.

Do Hotel ligamos para o BMW Care onde tivemos um atendimento interessado, mas a atendente nos pediu que ligássemos no outro dia, em horário comercial Brasileiro para que tivéssemos efetivamente as informações que queríamos.

No dia seguinte ligamos no primeiro horário e ficou acordado que eles entrariam em contato com a agência para saber o que ocorreu.

Em resumo, a agência, na pessoa do chefe da oficina, o Sr. Adrian Bustos, disse que o problema foi que “deixamos a pastilha de freio acabar”, o que então seria entendido como desgaste natural. E assim fomos tratados pelo SAC e pelo BMW Care, levando em consideração somente essa informação (deixamos a pastilha de freio acabar).

Não vou me estender mais na explicação e podem imaginar tudo o que passamos nesse dia que a moto estava lá, sem peças e nós sem seguro. Na página onde relatamos o problema até certo ponto tem mais informações (neste link).

Fizemos o que foi possível até que desistimos da moto, deixamos lá para os reparos e seguimos a viagem.

Quando chegamos ao Brasil, começamos então uma nova conversa com o SAC que, após uma farta troca de emails bem no estilo multi nacional, com uma resposta sempre muito educada, mas padrão, fomos atendidos com total descaso, ou melhor, descaso não por que respondiam os emails, mesmo após 15 dias, descuido é a palavra certa. Descuido por que a Chris era proprietária de uma moto da marca deles e, sendo assim, imaginávamos que eles ao menos ouviriam nossa história ou tentariam de alguma forma amenizar os prejuízos.

Vale comentar que levamos, por viajarmos sozinhos os dois em duas motos, muita bagagem, muita peça sobressalente, muita ferramenta e imaginem tudo isso colocado em uma só moto, com duas pessoas em cima. Nossa viagem após o ocorrido foi bem diferente do que estávamos acostumados.

São dois fatos diferentes e nada tem a ver com o incêndio em si: em primeiro lugar o chefe da oficina dizer de cara que não teríamos assistência ou os serviços nos termos da garantia em solo Chileno e o segundo, o Care dizer que também não disporíamos de quaisquer serviços oferecidos por eles em manual (ou contrato), no ato da compra, por que, segundo eles, “a moto adentrou a agencia por meios próprios”, ou seja, ela tinha condições de andar. Tinha? Sem freio?

Acionamos o advogado que imediatamente coletou todas as provas que tínhamos, fez uma notificação extrajudicial e enviou ao fabricante. Data expirada e nada da BMW responder e para piorar, estavam chegando às festas de fim de ano e, cartórios e demais veículos que usaríamos para a ação estariam em ritmo Brasileiro de festas.

Auxiliados então por amigos também advogados, resolvemos tomar duas providências: fazer uma notificação através do PROCON e fazer um relato sobre o ocorrido na internet. Fizemos os dois imediatamente.

Foram muitos dias de angústia, incertezas e tristeza. Muitos planos para buscar a moto. Comprar um carro tipo pick-up, uma carreta, voltar andando, pegar a moto ano que vem, enfim, imaginem a ansiedade que passamos.

Temos muitos contatos na internet e graças ao bom Pai, temos também muitos amigos que assim que revelamos o caso, começaram a nos ajudar na divulgação.

Nota que vale dizer sempre é: a moto é uma BMW e o freio é um Brembo. Duas marcas de renome, sim, mas nem por isso isentas de problemas e, em qualquer outro veículo de qualquer outra marca poderia ter ocorrido algo parecido, mas o atendimento do fabricante foi o que nos motivou a divulgar. Não houve em nenhum momento o interesse em difamar nenhuma das duas marcas. Eu mesmo já tive infinitos problemas com outras marcas. A única diferença é que já não esperava nada do serviço e neste caso era o contrário; compramos pela segurança e pela promessa do seguro da marca que, por várias vezes vi pessoalmente funcionar com outros amigos.

Ai veio o que me fez pensar sobre o fato de o ser humano querer ver “o circo pegar fogo”.

A divulgação nas redes sociais me surpreendeu. No facebook tivemos em um só post mais de 100 compartilhamentos e nem sei quantos comentários no mesmo. Quando relatamos no blog, ai sim foi uma barbaridade: em um só dia a página do relato rendeu 900 acessos. Quase o mesmo que alguns relatos de viagens nossos tiveram em anos. Situação no mínimo para se refletir! Fiz uma página somente para os comentários, os quais fiz questão de moderar pois o conteúdo muitas vezes seria difamatório... idem, deixei lá apenas os comentários mais interessantes, mas houveram muitos mais!

A solução veio da seguinte forma: um amigo (Dr. André Garcia) nos adicionou à um grupo fechado no facebook de proprietários da marca, onde estavam comentando o caso. Um “tal” de Maurício que era de uma “tal” de Power BMW nos respondeu em um dos posts que, achou estranho o que aconteceu e que iria nos ajudar no que pudesse.

Aliás, aprendi a discernir “ajuda” de resolução, amigos de “amigos”.

Quero dizer aqui que perdi uma boa quantidade de “amigos”, que precisei nesse momento por terem contato direto com o fabricante e nem sequer respondiam mais meus emails. Vários vendedores de agências aos quais posso numerar as vendas em que fui quem indicou a eles, nem ao menos retornaram meus emails. Isso para mim foi um dos piores acontecimentos relacionados com o fato.

A esses amigos de ocasião, quero dizer o que venho lendo em minha cabeça há tempos: “Eu não guardo rancor, mas tenho uma memória infinita viu! A vida dá muitas voltas”!

Voltando ao “tal” do Maurício. Esse cidadão que nem nos conhecia nem havia ouvido falar nunca de nós, nos enviou ainda mais uma mensagem dizendo que havia lido o relato e que isso não estava certo. Que ele iria intermediar nossa relação com a BMW. Não esperávamos muito já que a quantidade de gente querendo “ajudar” (leia-se: a empurrar para baixo) superava as expectativas, mas foi o contrário. O Maurício, agora Maurício Fernandes, da agência, recém-inaugurada, Power BMW de Santo André nos telefonou e pediu para que contássemos o caso a ele (nota: na véspera do ano novo). Ele “abraçou a causa” e desprovido de maiores interesses se dispôs a ajudar, ou melhor, a resolver.

Ele fez contato com a BMW e, para resumir em poucas palavras, conseguiu que a empresa se comprometesse a arcar com as despesas de oficina e peças, além de se comprometer, ele mesmo, pessoalmente, a buscar a moto no Chile, na ocasião de uma viagem que faria com sua agência de moto turismo, a Premium Adventure, pela região.

O Maurício, juntamente com seu irmão Raul e o Nuno Leotte foram os principais responsáveis por estarmos hoje com o problema resolvido.

Após o contato que ele fez com a diretoria da BMW, explicando o que realmente havia acontecido, recebemos um email, mil vezes mais atencioso e definitivo do SAC dizendo que estavam de acordo e que, para que a relação cliente fabricante não fosse abalada, eles iriam resolver o problema, por que “para eles o que interessa é a satisfação do cliente”.

Mas posso afirmar que quem se interessou pela satisfação do cliente foi o Maurício Fernandes. Sabe ele se queremos comprar uma moto dele? Se queremos comprar um equipamento da loja dele ou então uma viagem de sua agência? Não foi a preocupação desse Senhor. Ele se preocupou sinceramente em resolver um problema.

A "Rosinha" sendo transportada pelo apoio da Premium Adventure

Na carreta, gentilmente transportada pelo Nuno que sempre
nos informava sobre o andamento da viagem dela...

No dia em que chegou à Power BMW

Não tenho necessidade alguma de agradar a ele ou a quem quer que seja, por que para mim já estava decidido o processo contra a BMW (por ter certeza absoluta de nossa razão e meios para prová-la) além da minha ida à Antofagasta para pegar a moto, somente tenho gratidão e respeito por pessoas assim. Por motociclistas, ou melhor, por seres humanos que respeitam ideais, humanidade e cidadania.

E assim foi! A rosinha está de novo no Brasil e estamos com ela.

Quanto à BMW, parabéns a eles, que tenham muito sucesso e que possam aproveitar o momento de vendas para estruturar melhor sua equipe de atendimento e pós venda. Para nós, caso resolvido! Não temos tempo para processos na justiça Brasileira. Não podemos perder tanto tempo com isso. Quem quiser que julgue a vontade o ocorrido, compre ou não uma motocicleta da marca, fiquem a vontade.

Só tenham uma coisa em mente, aqui em nosso país, infelizmente os lucros, as receitas, na cabeça da maioria, vêm antes do respeito, da cidadania. Qualquer marca é assim, não só de moto!

E mais uma última conclusão: é necessário você ter algum contato com a empresa que está te vendendo qualquer bem ou serviço: uma amizade, um vendedor ou gerente que te conheça. Por quê? Por que existe uma coisa, no meu ponto de vista, que é o que um amigo chamou de “medo empresarial”, um medo de ser ou ter fracasso, coisa que quem visa somente um lado do negócio enxerga exclusivamente. Se você tiver um amigo gerente da oficina da marca do seu carro, televisor, computador, você está sossegado, se não, se depender apenas do fabricante ou do Código de Defesa do Consumidor, terá que esperar pela solução morosa e débil da justiça do nosso país.

Parabéns e todo nosso carinho e respeito para essas pessoas, ao Maurício, Raul e ao Nuno que, com muito tato e carinho, souberam nos atender, entender, lidar com seu fornecedor e resolver definitivamente nosso problema.
É de gente assim que o Brasil precisa!
Muito obrigado mesmo!

Agora sim, fim da viagem que se iniciou no dia
22 de novembro de 2.011. Esta foto é histórica
para nós, a chegada em 11 de março de 2.012.

Que bom escrever isso: FIM!!!!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

COMUNICADO - Já Chegamos!

Queridos amigos, familiares e leitores de nossas aventuras, vimos através deste comunicado, explicar que por total falta de saco, preguiça crônica e extrema vontade de aproveitar cada pequeno momento desta viagem, ficamos sem escrever ou dar notícias aqui em nosso blog. Não foi por maldade!

Prometemos que assim que colocarmos a vida em ordem novamente vamos preparar um super relato com o histórico todo da viagem, as dicas de estradas, cidades e passeios que fizemos e todas as informações que pudermos, para que nunca mais esqueçamos desta viagem deliciosa.

O que podemos afirmar desde já e com toda certeza do mundo é que:

- em primeiro lugar, temos todos vocês que nos acompanharam em espírito e energia, sempre atentos a qualquer notícia e foto, nos dando tranquilidade e ainda mais vontade de perseverar em nosso planos e atingir nossos objetivos;

- em segundo lugar, estamos convictos que esta viagem foi uma experiência única, que nela descobrimos muito mais nossos limites e os limites de nossa convivência e que, desta forma, ainda mais, estamos unidos, felizes e nos amando ainda mais. Nossas qualidades e nossos defeitos, que numa viagem assim se afloram, nos mostram mais uma vez que temos um no outro, a companhia certa e a pessoa que nos completa, bem ao nosso lado!

No link aqui do lado direito, do nosso "fotolog", já estão as imagens todas da viagem e em breve faremos o relato completo do "diário de bordo" de mais essa aventura.

Um beijo para todos vocês!!!

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Durante - Mais 3 dias - Molhados, frios mas felizes!

Quero começar, antes que me esqueça, registrando o 4º dia em que andamos 7 horas e 40 minutos de chuvas intermitentes. Já estávamos até acostumando quando de repente, o sol! Inacreditavelmente ele apareceu do nada. Agente até vinha conversando sobre o quanto estávamos nos acostumando com o tempo chuvoso e as roupas umidas, hehehehe, se isso lá é possível!

O 5º dia também começou chuvoso! Depois o sol veio e está nos acompanhando até o momento.

Os nomes de cidades continuam nos divertindo, como "Piquillim", entre outra centena que não vale ser mencionada aqui! Nada a ver, isso é coisa nossa, coisa de quem não tem o que conversar, hehehe! Ah, mais uma só, "Ingeniero Gustavo André", sem comentários!

Ontem, saímos de Santa Fé, uma cidade bem mais legal do que eu esperava e seguimos rumo à Mina Clavero, bem depois de Cordoba.

Olhem, tem dois viajantes amigos meus que eu realmente ouço, por que são daqueles que eu gosto, só falam quando perguntados ou melhor, espremidos. Um deles é o Gambá, que nos indicou passar por Carlos Paz e por Mina Clavero e o outro é o Willian Neves, que nos falou de uma polícia "chata", pra ser educado, em San Francisco, logo após Santa Fé.

Saímos de Santa Fé preocupados com esta polícia mas como chovia, nem vi policiais. Quanto a Mina Clavero, nossa, valeu demais a pena. Lindíssimo lugar, serra maravilhosa também.

Tem ai algumas fotos da serra, em um dos poucos momentos em que conseguimos parar e tirar as luvas (estavam 8ºC ali):






E Mina Clavero, show de bola! Valeu Gambá!!!!! Os vinhos Argentinos deliciosos e os Chilenos, já começaram ali.....




Hoje, bom, hoje foi só ligação entre Mina Clavero e Mendoza. Muita reta, muita estepe, muito carneiro, muito sono... A Chris não deixou eu cantar Shakira pra ela, mas mesmo assim chegamos sem dormir em cima da moto.

No caminho chegamos a parar para comer umas barrinhas e tiramos uma foto no meio da rodovia, poderíamos inclusive ter ficado no meio dela por uns 30 minutos. Agora, acabamos de chegar do Carrefour, acreditem, aqui do lado do Hotel que estamos, compramos uma garrafa de vinho que no Brasil é chik, por uns 20 Pesos, ou o equivalente a uns 10 reais, hehehe, sem maldade, e estamos aqui tomando ele.......





Quero falar só mais uma coisa hoje: o que mais vale nesta estrada são as pessoas que conhecemos na viagem. Hoje um grupo de senhores e senhoras de Buenos Aires nos encontrou em um posto na estrada e ficamos conversando um tempão, agora também, aqui no Hotel, um grupo de Brasileiros que tiveram problemas em seu carro ficaram papeando conosco um tempo.... Muito bom isso!

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Durante - Os 3 primeiros dias

No Sábado, dia 22, tão esperado dia 22, estávamos logo cedo na garagem da minha casa, eu e a Chris, com tudo já pronto haviam uns 2 dias.

Saímos umas 9 da manhã de Rio Preto, com destino à Maringá. Tudo correu na maior normalidade e, chegando em Maringá ficamos hospedados no Ibis. O nosso amigo, Emerson, fez questão de nos levar em sua casa para comermos uma pizza e brincar de "angry birds" com o Dudu, seu filho. Família nota 10.





Poli, olha os tanquinhos ali!!!!!!

No segundo dia, saímos de Maringá com destino à cidade de São Miguel do Oeste, SC.

Preciso mencionar que esse inicio de viagem era pra ser assim mesmo, tranquilo e até meio sem paisagens, passeios e tal. Ano passado cometemos um erro. Fizemos a volta igual a ida e foi massacrante retornar pelo mesmo caminho.

Nesta decidimos fazer com que os dias iniciais, dias de maior ansiedade e preocupação, fossem os mais "chatos" por dizer assim. Maior quantidade de estradas sem paisagens, apesar de o nosso primeiro dia em Maringá ter sido campeão. Bom, enfim, acho que está dando certo.

Estamos tirando poucas fotos por causa disso, não nos culpem! Quem tem saco de parar no "nada" e tirar foto de 'coisa alguma"?

Mas tiramos uma, ou melhor, umas, em homenagem à um amigo, o Guga, que fez uma viagem seguindo um caminho histórico, o Caminho de Peabiru, Guga, essas são pra você, que moral hein?




Bom, já neste terceiro dia, o que posso dizer é que saímos no horário previsto de São Miguel do Oeste, alias, Hotel sensacional que ficamos lá, Hotel Solaris, e pegamos a estrada.

Nosso plano era chegar em Uruguaiana, mas... no meio do caminho, por volta das 13 horas, começou uma chuvinha, no inicio bem light, super bem vinda, já que vínhamos desde ontem andando sob um solão e uma temperatura de 35 a 38ºC.

Mas a chuva, alem de vir, ficou, e ficou, e ficou de verdade, muito mesmo, sem tempestade, mas aquela chuva que molha de verdade, sem parar, até que, ao chegar num posto, na cidade de São Borja, conversamos com um caminhoneiro que nos falou que a cidade tinha bons hotéis, e que a passagem para a Argentina por ali, São Borja - Santo Tomé, era mais tranquila para os caminhoneiros. Sendo assim, e como sei que o que passam eles passamos nós, decidimos ficar por aqui.

Estamos em São Borja, num Hotel 1/3 de estrela no centro da cidade, mas com um bom atendimento, caminha legal, banho bom e um prego devidamente instalado na parede para estendermos nosso varal, hehehe!





É isso ai, roupas molhadas por todo lado, varal repleto e ar ligado no power plus pra secar tudo.

Agora estamos no restaurante do Hotel 1/3 e vamos comer uma "chuleta" aqui com arroz e feijão e tudo o mais que der pra colocar pra dentro.

Mais uma coisinha só: eu e a Chris temos o terrível costume de ficar sacaneando com os nomes das cidades pelo caminho, hoje foi o dia mais produtivo nesse sentido.

Passamos, além de "Maravilha", por um rio chamado "Chinelo Queimado", cidade de Ijuí e a vizinha "Entre Ijuís", "Atafona", "Esquina Gaucha" (essa nós vimos em Santa Catarina), "Chorão", entre outros.....

Coisa de gente tonta, que tá de férias e não pensa direito no que está pensando, hehehe!!!!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Filosofia e Conjecturas

Quero registrar aqui alguns pensamentos que eu acho pertinentes à esse e aos outros blogs que mantemos sobre as viagens.

São algumas ideias e comentários que penso serem importantes como esclarecimentos sobre o carater e personalidade dos nossos relatos.

Em 1º lugar, preciso esclarecer que os relatos que fazemos são, antes de qualquer coisa, um histórico para uso nosso mesmo, para mostrar aos nossos amigos, parentes e à todos os que se interessam por isso, sem querer de forma alguma mostrar algo, ou tentar se sobressair sobre alguém. Nosso objetivo é exclusivamente ter uma lembrança de tudo o que fazemos.

Quanto mais o tempo passa, posso afirmar com mais segurança que nós não somos nada! Somos ninguém! Somos tão importante quanto qualquer pessoa que conhecemos! Quero acreditar que esse pensamento é o principal em nossas ações.

Nesta semana, uma semana muito importante para o motociclismo brasileiro, semana do Salão das 2 Rodas, estamos trabalhando lá, e vendo muita coisa que nos ensina tudo isso que falei antes. Empresas baseadas na prepotência, na mediocridade e no interesse descarado exclusivo no dinheiro. A motocicleta e o motociclista levados muitas vezes para segundo plano, muitas vezes perdem a oportunidade de enxergar que o "cliente", seja o padrão que tiver, a experiência que tiver, é um motociclista em primeiro lugar. Que humildemente está ali para curtir, para ver novidades, conversar sobre o que mais gosta, mostrar aos seus filhos, familiares, o que existe nessa afinidade, o que move todo esse mercado.
Tenho visto ali tanta estupidez, tanta mesquinharia, tanto trabalho inútil, focado somente no ganho, nada na amizade.

Pela primeira vez me pego trabalhando para um cliente que não é e nem será meu AMIGO.
Todos até então o eram! Olhem, pra mim isso é bastante estranho.

Em contra partida, vejo e atendo motociclistas de várias idades e experiências. Aprendi com o tempo sobre a moto, que não devemos subestimar um motociclista! Nem quanto à sua moto, que é uma retardês, e nem quanto ao que ele tem como "currículo".

Nesses dias tive o prazer de conhecer gente de todos os tipos, viajantes com históricos invejáveis, porém extremamente humildes. Gente que só quem puxa um papo sem segundas intenções pode conhecer.

Vejo também aqueles que se vêem totalmente diferentes do que demonstram ou o que realmente são. Que fizeram ou vão fazer uma viagem e por esse motivo são ou serão algo que pouco importa. Vejo os que com muito esforço fizeram sua primeira grande viagem, e o orgulho que provêem desse feito os fazem sentir e expressar de forma exemplar o real motivo de andarmos de moto.

Tenho alguns ídolos no motociclismo. Você provavelmente não os conhece, vou dizer por que, por que se tornaram meus ídolos, após muito esforço meu em convencê-los a me contar suas conquistas.
Posso dar como exemplo um amigo de Camburiu, o Juan. Este já andou a América do Sul toda, entre outros locais e olhem, nunca divulgou, não precisa, ele é quem ele é e não o que acha que os outros vêem nele. Isso pra mim é o significado do agir, do fazer. Posso citar outros viu, vários. Gente que não aparece, que não se divulga ou se perfaz.

Vou dizer uma coisa: cuidado com o que vai contar sobre seus feitos. Cuidado no sentido de talvez correr o risco de estar sendo ouvido por uma pessoa que já fez muitas vezes o que você está se vangloriando.

Chego sempre a conclusão, pensando assim, que sou nada! Que sou um bebê perto de todos que tenho a oportunidade de conhecer, isso sim é uma benção, ter essas oportunidades e conseguir percebê-las.

Sim, isso mesmo, isso é um desabafo! Cansei dessa necessidade idiota de se sobressair. Acho que tenho certa dificuldade e talvez até um certo preconceito com as vaidades desnecessárias, pelo menos quero pensar que eu seja assim, hehehe, até duvido de mim mesmo!

Meus melhores exemplos são próximos. A Chris é um deles. Uma mulher simples, relativamente pequena, aparentemente fraca, humilde, simples em tudo mesmo, consegue administrar uma vida, uma ou as vezes duas empresas, como se fosse um grande empresário, desses que aparecem na revista "Veja"!
Minha mãe, mulher que até anos atrás foi dona de casa, um dos trabalhos mais exigentes do mundo, e agora, acima dos 7.0, toca uma indústria, faz parte de uma etapa de fabricação das mais exigentes de uma empresa, que é o controle de qualidade.

Ontem, conheci um senhor, deve estar perto dos seus 70 também, de Araras, infelizmente não me recordo do seu nome, me contava que estava comprando um certo equipamento para sua esposa, parceira de viagens, que sentia muito frio quando estavam viajando. Lógico que puxei o papo o máximo que consegui. Pois bem, o cidadão viajou praticamente a América toda, antes numa Falcon e agora numa XRE 300. Conversamos horas, um papo bom, simples, sem querer se mostrar ou contar que fez ou deixou de fazer, somente papeando, somente trocando experiências, trocando não, me contando e eu absorvendo.

Bom, eu tinha que escrever isso tudo. Penso agora mesmo em meus filhos lendo isso um dia. Quero acreditar que de alguma forma vou conseguir mostrar à eles que nós somos iguais, todos nós que aqui estamos, vivendo essa vida. Que todos temos experiências à expor, que temos algo para transmitir um ao outro, seja uma experiência de viagem, seja uma receita de bolo, seja um gesto de amizade ou de carinho com qualquer outro ser humano que aqui esteja, participando e fazendo parte desse pequeno momento da vida em que estamos tendo a oportunidade de viver.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Planejamento - O trajeto

O planejamento de nossas viagens seguem basicamente o mesmo principio sempre. Lendo agora os tópicos do blog da viagem ao Ushuaia, percebi que estamos fazendo exatamente as mesmas coisas.

E, por isso, para não ser mais chato ainda, vou suprimir as partes iguais de planejamento.

Vale notar que de tão igual, tivemos problemas com a moto da Chris também. Mas desta vez foi bem mais simples e acredito estar totalmente resolvido. Sem comentários!

Vou passar então para a parte que é totalmente diferente, que é única em cada viagem, por motivos obvios, o trajeto estipulado para a viagem.

Como das outras vezes, fiz um arquivo com os pontos mais interessantes, os mais problemáticos, com alguns mapas, enfim, vou colar ele aqui para que fique "para a posteridade"...


PLANEJAMENTO DA VIAGEM

CHILE 2011

DATA
ORIGEM
DESTINO
KM
OBSERVAÇÃO

22/out

SJRP
Maringá
472
23/out
Maringá
São Miguel Doeste
539

Após Cascavel vamos fazer um pequeno desvio para fugir de uma estrada ruim


24/out

SM Doeste
Uruguaiana
635
25/out
Uruguaiana
Santa Fé – AR
458

Província de Entre Rios (propinas), túnel sob o rio entre Paraná e Sta Fé

26/out
Santa Fé
Mina Clavero
491

Após Sta Fé, propinas em S Francisco, passaremos por Córdoba, Carlos Paz e Mina Clavero

27/out
Mina Clavero
Mendoza
467

Passando pelo Pqe Sierra de las Quijadas

28/out
Mendoza
Santiago
366

Aconcágua, podemos passar pelo Túnel Cristo Redentor, voltar e passar a fronteira pelo ripio

Depois de Los Andes, Cuesta Chacabuco (verificar possibilidade)

29/out
Santiago
0

Troca de óleo e passeios

30/out
Santiago
La Serena
540

Sair de Santiago pela Rodovia do Sol, pegar a Cuesta Barriga, depois Cuesta Zapata, depois vamos ao litoral, passaremos por Viña del Mar e seguiremos a La Serena


31/out

La Serena
Copiapó
337
01/nov
Copiapó
Antofagasta
574
Mano del Desierto

02/nov
Antofagasta
Iquique
418

Margeando ainda o Pacífico, com o deserto do lado direito, podemos ficar em Iquique ou Pozo Almonte

03/nov
Iquique
Calama
391
Humberstone e se der, no mesmo dia, Chuquicamata (procurar agencia de passeios ou tentar pelo email visitas@codelco.cl)

04/nov
Calama
San Pedro de Atacama
99,5

Menos km para chegarmos e já fazermos os passeios de moto (Vale de la Luna). Combinar tbm os outros passeios

05/nov
SPA
0
Passeios

06/nov
SPA
0
Passeios

07/nov
SPA
San Salvador de Jujuy
476

Passagem por Jama, vulcão Lincancabur nos seguindo na viagem. Antes de SS, verificar a entrada para Potrero de Yala, em Yala.

08/nov
SS Jujuy
Cafayate
429

Sair CEDO de Jujuy, sentido La Caldera, Salta.
Cuesta del Obispo, Piedra del Molino, Cachi, Quebrada de las Flechas, muito Ripio.

09/nov
Cafayate
Santiago del Estero
350
Ruínas de Quilmes, mais Ripio, Tafi del Valle

10/nov
S del Estero
Resistencia
614

Último terço da viagem, subida para o Paraguai

11/nov
Resistencia
Salto del Guairá

716
12/nov
S Guairá
Maringá
285

Compras na parte da manhã

13/nov
Maringá
SJRP
442

Começar o planejamento para a próxima em 2012

Total de km:

9.100